DE CHAPÉU NA MÃO O ESPORTE PEDE SOCORRO

Um amigo meu, Paulinho, de Tatuí, fazia horas extras na padaria em que trabalhava, e em troca recebia lanches que eram servidos ao time de basquete da cidade.

Poucas pessoas o agradeceram, mas ele não se importava com esses créditos. Fazia porque gostava mesmo. O Paulinho só não continua fazendo porque a Prefeitura de Tatuí, em sua nova administração, proporciona lanches para todas as modalidades quando viajam.

Digo isso porque hoje estou um tanto melancólico e tenho um recado a dar.

Recentemente a Karateca Cerquilhense Stéphanie Trevisan (foto) conquistou medalhas no Premiere League e no Sul Americano do Chile.

Em 2014 o Voleibol de Boituva disputou o Campeonato da Federação Paulista o mesmo acontecendo nesta temporada de 2015

Em 2010 o Basquete de Tatuí montou uma equipe que ganhava tudo

Em 2009 o Basquete de Cerquilho conquistou até título Sulamericano de base e fez frente às mais importantes equipes do Estado de São Paulo. Um ano antes a equipe adulta da cidade fez sua última participação no Campeonato da Federação Paulista de Basquete.

Em 2013 o Futsal de Tatuí foi quarto colocado nos jogos Regionais apenas com atletas da cidade.

Em 2015 a AA XI de Agosto conseguiu por em prática um plano muito interessante formado por um pool de empresas locais. O resultado é o investimento que o clube realiza em várias modalidades

O Clube São José de Cerquilho, afundado em dívidas, sobrevive apenas do futebol

Na década de 40 o Futebol de Tietê era referência na Região e disputava Campeonatos da Federação Paulista. Há muito que deixou de ser um clube esportivo optando pelo 'social'.

O que eles têm em comum?

O patrocínio. Ou a falta dele...

Com as exceções de praxe o esporte de nossa região agoniza com a falta de apoio da Sociedade que lhe vira as costas como a um cão sem dono.

Não quero falar aqui sobre os benefícios sociais e de saúde que o esporte proporciona.  Me dirijo hoje à população de nossas cidades, empresário ou não, político ou não. Me dirijo a todos

Criticamos nossos governantes, que estão muito longe das praças esportivas. Não valorizamos nossos
parcos valores locais que se veem obrigados a buscar apoio em outras cidades.

Vemos a cada dia atletas em potencial em busca de empregos formais para sua subsistência, desistindo de suas carreiras esportivas.

A alguns dias a família da atleta Stephanie publicou um apelo nas redes sociais em busca de apoio para prosseguir sua brilhante carreira. Ela é simplesmente uma das maiores referências nacional do Karatê.

Nossa Sociedade os ignora. Muitos sequer os conhecem. Nossas famílias preferem deixar seus filhos à frente dos jogos eletrônicos como forma de lhes proporcionar entretenimento. Esporte cansa.

Vou às partidas de basquete de nossa região e me entristeço com o pequeno número de torcedores presentes.

Nossos empresários, mergulhados na crise econômica que assola o país, não querem nem ouvir a palavra patrocínio.

Quando a palavra é crise a primeira verba cortada por nossos governantes é a do esporte.

Qual o país que estamos preparando para o futuro?

Segundo meu amigo Miguel o esporte pode ser feito com pouco dinheiro, mas muita vontade. É preciso querer fazer, é preciso querer que aconteça.

A propaganda veiculada nos meios esportivos (Uniformes, banners, sites,etc) chegam a um público simpático. Ninguém reclama ao ver sua logo estampada no calção de um atleta. Mas todos querem mudar de canal ou de estação quando entram os comerciais na TV ou no rádio.

O público que vai a uma praça de esportes está relaxado, quer torcer pelo seu time, pelo seu atleta. Neste momento a propaganda ali estampada lhe surge como algo bom e prazeroso. Segundo os especialistas o público esportivo é o mais receptivo às propagandas.

Nossa Karateca não tem a pretensão de trocar de carro. Não, ela não quer comprar roupas novas muito menos trocar de celular. Ela quer simplesmente competir para que você aí em casa tenha a satisfação de encher o peito e se orgulhar do País em que vive quando ela estiver no alto do pódio e soar o Hino Nacional.

Por que não investir no esporte de nossas cidades?

Por que não incentivar nossos atletas assistindo suas competições ou apenas gritando gol?

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